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domingo, 11 de julho de 2010

Sonho

Estrelas no céu, estrelas na terra. Ele estendeu um lençol, fecham os olhos e começam os sonhos porque ainda era noite.
Ela olhava para cima, Eros chegou em silêncio como faz. Sempre. Ele mostra uma parte de sua beleza no brillho que as estrelas provocam em sua pele, mas outra parte sua é sombra.Ele nunca se deixa desvendar, enigma eterno.
Corpo etéreo porque de tão perfeito os outros deuses não o deixaram ser matéria.
- Tu não tem forma exata, ainda não sei quem és. Dionísio ou Apolo?
- Pense em você agora. Amanhã descobrirá quem sou, devagar.
Noite corre, como se existissem cascos nos pés. Dança, teias de toques vão sendo desfiados e trançados nos dedos, nos braços, na pele, no olhar, nas vozes, nos poemas.
Estavam construindo juntos um casulo para ela, com todos os fios do acariciar. Aos poucos, bem lentamente ela sentiu rasgar em sua lateral um ponto, eram asas que começavam a desvencilhar da pele. Não ligou, continuou na trama de corpos pelo espaço que ganha sensações.
Manhã seguinte ela descobriu quem era ele. Metamorfose, ela se transformou em borboleta. Voa sozinha, mas o casulo ainda guarda para si.

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